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domingo, setembro 16, 2007

Isumavut – a arte de nove mulheres do ártico canadense.




É uma grande exposição com obras de mulheres da comunidade inuit (um dos povos que compõem os chamados esquimós). São gravuras, esculturas, pinturas e desenhos que retratam a vida, os mitos, a história, o território e as tradições dessa população. No idioma inuit, "isumavut" significa "nossos pensamentos". A exposição surpreende o observador pela qualidade técnica, originalidade, poesia e profusão de cores produzidas por essas mulheres artistas que vivem em condições hostis de temperatura.

Isumavut é uma iniciativa da Embaixada do Canadá no Brasil e do Museu Canadense das Civilizações, em Ottawa. Esta é a primeira vez que a produção do povo inuit sob o enfoque feminino é apresentada no Brasil. A mostra itinerante foi iniciada dia 28 de junho, em Brasília, onde ficou até 29 de julho. Depois do Rio de Janeiro, a exposição seguirá para Belo Horizonte, em setembro, e para São Paulo, em 2008. Isumavut já foi apresentada em Portugal, nos Estados Unidos e na Finlândia, sempre com grande sucesso.

A exposição reúne uma produção artística praticamente desconhecida na América do Sul. São 105 obras de arte de grande beleza, que integram o acervo do Museu Canadense das Civilizações. A partir dos trabalhos expostos na mostra, o público poderá obter informações antropológicas, sociológicas, históricas, culturais e artísticas desta população que ocupa o longínquo Ártico desde tempos imemoriais.

Nas pinturas, desenhos, esculturas e gravuras estão representações da cultura, do cotidiano, da religiosidade desse povo que busca, através da arte, manter vivas suas tradições. Algumas obras são consideradas de vanguarda no universo inuit, e abordam questões da vida contemporânea. Outras registram formas tradicionais de vida e mesmo crenças ancestrais, como o espírito das coisas. Para o povo inuit, plantas e animais têm espíritos que continuam a existir após a morte. O visitante de Isumavut poderá observar a grande presença de obras retratando a alma ou o espírito de pessoas, animais e plantas.

A mostra é dividida em dois núcleos. O primeiro contém informações sobre Nunavut, território autônomo no Canadá, abordado no contexto geográfico e histórico, em mapas e textos, assim como esculturas feitas pela antiga comunidade inuit, em osso, pedra e marfim. O segundo núcleo apresenta obras, informações e fotografias de cada uma das nove artistas participantes. Estarão expostas peças que revelam o modo de vida de uma comunidade que se serve da arte como forma de comentar sua vida e rotinas. Modos de vestir já em desuso, valores morais, momentos de caça e de pesca são algumas das cenas representadas. O visitante poderá conhecer trabalhos criados a partir de técnicas como a gravura em pedra e a litografia em cores, de grande apuro técnico, além de esculturas e desenhos.

As nove artistas que integram a exposição vivem em Cape Dorset, uma povoação que tem hoje 1.500 habitantes, no sul da ilha de Baffin, hoje a capital artística da região sub-ártica. Em suas obras estão representações da fauna do Ártico e cenas da vida cotidiana ou da caça tradicional, espíritos e imagens mitológicas e xamânicas, construindo uma verdadeira memória coletiva.

Os Inuits - Os povos que vivem no Ártico canadense, no extremo norte do planeta, ficaram conhecidos pela generalização de esquimós. Os inuits habitam, desde tempos imemoriais, a região de Nunavut, um território autônomo do Canadá, criado em 1999, com baixíssima densidade populacional – são menos de 30 mil habitantes espalhados por uma área de mais de 2 milhões de quilômetros quadrados. Vivem em condições adversas, suportando um clima gelado – o verão registra a temperatura mais alta do ano, com 10oC abaixo de zero. Mas os inuits são completamente adaptados à sobrevivência no gelo, a partir da experiência desenvolvida em milhares de anos de ocupação do território.

A mitologia inuit acredita que todas as coisas têm um tipo de espírito ou alma, não apenas os humanos. E estes espíritos continuam a existir após a morte. Como precisam comer animais e plantas, existe um dito comum entre os inuits: "O grande perigo de nossa existência repousa no fato de que nossa dieta consiste inteiramente de almas". Os espíritos dos mortos só podem ser aplacados pela obediência aos costumes e pela execução de rituais apropriados.

A produção artística da população do Ártico canadense tem sido incentivada pelo próprio governo canadense, que proporciona aos artistas inuits um circuito de exposição e, em alguns casos – dos quais a mostra Isumavut no Brasil não está incluída – venda das obras, revertida para a sobrevivência do povo. As várias formas de arte são usadas pelos inuits como instrumentos de afirmação cultural e de documentação histórica, cultural e política.

Algumas fotos:


Bird Landscape ( Paisagem do Pássaro)

My Mother and Myself (Minha mãe e eu mesmo)

Reaching for Fish ( Alcançar para peixes)

2 Comments:

At 5:59 PM, setembro 16, 2007, Blogger Camila said...

Como foi a esposição?
O blog q te falei é esse "J'arrive Québec" o link está no nosso blog.

Da uma olhada tb no link do "J'adopte un pays". Já tem 4 capítulos curtinhos.
São ótimos.....
Bjinho

 
At 7:50 PM, setembro 25, 2007, Blogger Unknown said...

Adorei o estilo dos teus relatos. Parabéns

 

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